Falta gente!

Faltam palavras. Sobram historias.
A efervescência do mundo assusta
A intensidade das pessoas transborda
transpassa, ultraja, extravasa
Aonde está a Carochinha???
O jogo de amarelinha?
Tudo mudou, mudou mesmo.
Valores, sabores e amores
Sabores são espumas
Amores, efêmeros
Valores, mutantes.
Estranho esse mundo novo onde
Falta gente e sobram pessoas.

A torrada é um ex-pão!

Pagando pra ver

Ando devagar, pois ja nao tenho pressa:
O tempo esta a meu favor. Agora vejo como as coisas sao.
À deriva o barco foi, chegou ao seu destino.
Sem controle, e o destino é perfeito. Redondo.
Cabe direitinho nas escolhas. E se nao cabe, adapta-se,
capta-se, descobre-se um admirável mundo novo.
Quantas cores, sons, aromas me aguadam?
O delicioso sabor da descoberta está por vir, por sentir.

oui!

Nada

Nada.
Nao faço nada.
Gosto de nao fzer nada.
Fazer nada é bom.
É subversivo, transgressor.
Fazer nada é fazer muito, pra mim, por mim.
Nada é nada mesmo.
Nao é ócio criativo, nem produz nada além de minhocas
Nada é hedonista, é preguiça, é jibóia depois do boi, só que sem boi.
nada hoje, é tudo!

Ciclo

Colei os fundos da alma na casa
colei no fundo do peito, a dor
colei a bunda no sofa e chorei
chorei a vida, senti o cheiro
senti a dor, o silencio
senti eu mesma, minha voz
meu respiro, meu vazio
e só assim, novamente,
senti minha paz.

Idéia

Estou aqui sentada há dias sobre as ideias,
sa nao as solto, me enterram a alma. Se as liberto, me preencho
Quanto mais sopro ideias ao vento, mais me encho delas.

Sem nunca ter visto

Ganho o mundo nas ideias
Percebo olhares, transpiros
Sei onde vou sem nunca ter visto
Viajo no conhecimento, na precisao das letras vividas.
Procuro respostas, encontro sensações.

Desconstrução

Desconstruo mitos para abrir caminho na vida.
Preciso mergulhar nas incertezas, na profundidade do vazio
é lá que está o novo, o ineditismo da vida, a esperança.
Corro e me jogo no destino ainda meio nebuloso
nao sei se são fofas essas nuvens ou se carregadas de chuva
Descubro no percurso, na doce experiência do gozo.
Pra saber é preciso viver, é preciso sentir.

Viva

Eu danço sim, estou vivendo, tem gente que
não sabe e está perdendo: eu dannço sim!

Eu vivo assim, estou podendo, tem gente que
não gosta e está perdendo: eu vivo sim!

(com a devida licença poética)

Gente

Tem horas que a gente cansa de tentar ser super-herói e descobre que pode ser gente!

Gente grande, gente pequena.. não importa.
Gente do bem, gente que faz ou que não faz.
Gente que rola na cama, na hora que quer.
Gente que rala na hora que não quer.
Gente que erra, gente que acerta.
Gente que ri, gente que chora.

E quando a gente vira gente de verdade, passa a poder tudo, tudo mesmo - igualzin ao super-heroi!

Que coisa...

Traças e teclas me interessam

Hoje estou aqui jogada às traças e às teclas, só, com os pensamentos em linha.
Eles fazem fila e vêm descendo a galope impedindo a meditaçao serena.
Hoje não vi ninguém além de ti, a sombra de mim mesma.
Fervilham minhas ideias, encontro comigo, vejo o self.
Sou toda delas e, incrivelmente por isso, vão se aquietando aos poucos!
Se acomodam ao corpo que pasteia pelo sofá quente.
A mente acostuma com o passar das horas.
O galope de idéias dá lugar ao vazio.
Ê trem bom esse nada que hoje é tudo.
Só quero traças e teclas.
Só quero a mim, vazia e inteira por isso!

Escrever

Escrever me tumultua o peito.
Explodem em ondas as palavras vindas de um lugar que nao conheço.
Escrever me expõe. Me compõe. Me liberta.
Me exorta a ser quem sou.
Escrever me traz lembranças, surpresas, me excita.
É um execício de ser e pensar em ser.
Escrever me leva a crer que posso, sempre.

Pula leve

Pula pipoca na panela e mostra aqui o sassarico que é a gostosura da vida!
Pula pipoquinha pra mostrar o sal apimentado que aromatiza a vida, que erotiza os sentidos, que desnorteia.
Pula ppoquinha e traz consigo o frescor que brota leve e te faz voar quando estoura desabrochando em flor
Pula pipoquinha, você pode!

Sinto?

Pra que treinar se a prática não vem?
Passo anos a fio tecendo palavras que nao uso
Passo meses costurando histórias
Faço testes, penso, tento, busco um tempo em vão.
Onde estão as palavras que não são ditas,
os sentimentos não sentidos?
Fecho os olhos e não sinto. Abro os olhos e vivo