12/24/2007

Viver

A esperança apareceu por cá
veio com o vento.
Do espaço cantam pássaros
que nunca vi: são brancos e loucos.

A chuva canta o amor que dorme agora.
Cai do céu lavando a alma que ontem chorou.
Da terra brotam sementes que transformam
o verde em ouro.

Espero ansiosa a hora que chega,
Ardendo, assando em banho maria os odores do tempo.
Do rio corre a sede de vida. A esteira leva a morte pra fora.

12/02/2007


Parte de mim

A parte de mim que canta, dança
A parte de mim que chora, ama
A parte de mim que rí, conclui
A parte de mim que dorme está em paz
A parte de mim que vê, sente cheiro
A parte de mim que sente, canta
A arte de mim que dança, rí
A parte de mim que ama, toca
A parte de mim que cai, levanta
A parte de mim que sonha, é viva!

Chuva cai!

A chuva cai no telhado e eu aqui, esperando uma gota!
Vou pra rua! Rodo, giro e brinco com o corpo molhado
Não espero secar, volto
Me delicio com a sensação da transformação.

A chuva cai e escorrega em mim,
Toca os sentidos e vibra
Não quero parar, fico
Entro em êxtase neste momento.

11/09/2007

Trem bala conduz a ação
Locomotiva leva a emoção
A decisão vai a galope
deliberar leva tempo
a vontade passa
querer é agora, ou nunca!

Intensidade

Vida ferve nas horas que passam e correm por aqui
Não vejo o tempo, tampouco o céu.
Faço as minhas escolhas com a instensidade da urgência,
dos momentos presentes, do agora e só.

10/22/2007

Cartas, pensamentos, poesia

Penso que a poesia me distancia do mundo. Que o meio pensante me destrona a popularidade, que as idéias ficam sufocadas por não atingirem as massas. Sempre idealizei o conhecimento para todos, a arte para todos. Mas quem tem tempo de contemplar? Quem tem prazer em pensar? O tempo não existe mais, somente no imaginário dos poetas e dos filósofos tão escassos na atualidade. A correria urbana tomou nosso tempo, nossos ideais, nosso pensar. Sei lá! A Tensão do hoje esperando um amanhã urgente, nos faz delirar em compras frenéticas, em um consumo irrefreável, como se precisássemos compensar o "não sei bem o quê". Queria dividir o meu pensar, queria que o mundo aprendesse a comtemplar. Utopia? Talvez

Quem vem?

Passo o mundo, passo o fora, passo agora
Não estando embora
acostumada à espera. Vou assim que posso
aguardando a chegada
a tua chegada, a tua pegada
É assim agora. Vamos juntos, caminhar
cantar, gozar
Estranho curdo
Pássaro solto
Não espero nada. Nao quero nada
Vou a ti, vem a mim.
Não posso sonhar, quero passar,
cantar, gozar.
Qual é a musica? Qual é a túnica?
Quem vai? Que vem?

Inconfomidades

Um dia após o outro!
É com isso que vamos levando o peso das inconformidades.
O Vazio busca o peito, cobre de dor os buracos que vao se fazendo pelos caminhos.
Em vão vamos tentando fechá-los como se tampas fossem a salvação, tal qual os bueiros, que sem elas chegam à explosão.

O Mundo Parou

O mundo parou,
nao vejo mais nexo
as estradas lotam seus acostamentos
tudo pára
sem movimento
sem pavimento
a parede está torta
um buraco se fez
nao tenho mais lexo
o que vou escever, o que vou fazer?
parei no tempo
com o tempo
estamos sós
nós
também sem rumo
sem prumo
nao sei o que mais
perceço na imensidão das letras
sem tetas, sem peças, sem tramas
passo o fora, canto agora
não! jamais serei! jamais estarei
aqui, ali
sem ti
não posso. O mundo parou.

4/30/2007

Se me aceitas, retorno ao lar

Nossa, fazia tempo que eu não entrava aqui!
O que foi feito deste espaço esquecido no tempo?
Por tantas vezes dedilhei infinitas linhas neste teclado e nem seque lembrei que vcê existia
Que pecado!
Passei uma borracha na tua existência.
Escrevo tantas mau traçadas linhas e não vejo você.
Tantas horas de lascidão, tanta contemplação.
E nem sequer uma visita ao terreno que me deu gosto;
Que me fez encontrar amigos, que me ouviu os desabafos sem fim!
Voltei, nem sei bem porque, resolvi passar por aqui.
Te vi, e as lembranças vieram, como se nem um segundo tivesse me afastado de ti!
Se me aceitas, retorno ao lar!

utopia atual

Cartas, pensamentos, poesia.
Penso. A poesia me distancia do mundo.
O meio pensante me destrona a popularidade,
As idéias ficam sufocadas, não atingirem as massas.
Idealizava a arte e o conhecimento para todos.
Quem tem tempo de contemplar?
Quem tem prazer em pensar?
O tempo não existe mais, roubarm-no.
Hoje faz parte do imaginário dos poetas.
O amanhã é urgente
O ter supera o ser
Na compensação do "não sei bem o quê".
Queria que o mundo voltasse a comtemplar.
Utopia? Talvez

3/22/2007

Miau

Miau, tem um gato na minha vida!
um gato de 4 patas que teima em me querer
miau, tem gato um aqui, me chama, me tenta
me aquieta.
Miau, tem um gato na minha porta!
esse gato tem duas pernas que teima em me querer
miau, tem um gato aqui, me chama, me tenta
me afoguenta.

3/19/2007

Fantasma

Digo, falo, penso, escuto, verbalizo, canto, ouço, vivo, vejo, grito, e você nao está. Tento, busco, bato, chamo, ando, calo, corro, durmo, acordo e você nao está. Mudo, viro, dou a volta, faço, aconteço, volto, canto de novo, Cadê? Pergunto, procuro, sopro, engasgo, viro, remecho e onde está você?

Os outros, os seres que habitam o meu imaginário são mais presentes.
Você é o fantasma que teima trazer a solidão,
que me mostra a pequenez do universo,
que traz as lembranças da alegria finda em uma noite de verão.

Busca nos teus rascunhos a verdadeira intensão
O que queres de mim?
Será o falsete desta história esse agudo que ouço agora?
Não, dessa garganta nenhuma nota se ouve.

3/18/2007

Falo para o mundo

Vejo você enjaulado
nos grilões que criou
preso, louco, só.
Pede, chora, mas não sabe falar
tampouco tenta sentir, viver.
Quer do seu jeito, à sua maneira
O que é essa maneira?
Não, nem você sabe.
Procura em vão uma resposta
no mundo, nas coisas e ela está
tão perto, tão longe, tão etérea
esperando que pare de buscar,
que pare de sofrer,
que pare,
simplismente páre!
Seja, sinta viva sem freios.
Não tenha medo.
Falo pra mim, falo pra ti
Falo para o mundo

Calar

A palavra teima em sair
não quero travar
nao quero falar

Ela vem trazer roupa suja,
conversa mole
papo que nao quero mais

A palavre teima e voar
pelo ar, pelas terras do nunca
pelas asas de ninguém

A palavra vai calar,
A ditadura do silêncio
impera na minha história

2/25/2007

miscelania momesca

... Foi um passarinho que passou em minha vida,
E meu coração se deixou levar!

Pula Pipoquinha

Pula, pula pula pipoquinha, vem trazendo ritmo ao samba
Atravessa a avenida e traz meu coração quicando pra cá.
Pula, pula, pula pipoquinha e deixa meu juizo descançar.
Pula, pula, pula pipoquinha pra ver se eu consigo pensar,
Na criança que já não sou e na adulta que nao quero ser.
Pula, pula pula pipoquinha e nos atesta esse limbo é a melhor coisa que existe. Que nos trás vida, alegria, suor e muito mais "presente".

2/22/2007

conecção

Estou frenética olhando o mar, buscando palavras que traduzam as letras que me vêm à cabeça. É muita informação, muitos adjetivos e pronomes pra acrescentar. Eu, meu, seu, nosso. Difícil efetuar a comunicação: emissor e receptor não se entendem. Tico e teco falam, brigam e discutem sem saber porquê. Cada um com seus porquês. Ombro, olhos ouvidos, corpo estão à mostra, disponíveis. Só vejo teclas frias e distantes: não tem olho, barriga, azia. Impossível a conecção.

ai ai ai...

Tá chegando a hora, ai ai ai...
carnaval acabou e a folia deu passagem para a saudade.
A escola chegou na avenida com fogos de artifício,
evoluiu, atravessou o samba, fez bonito nas alegorias.
A batucada acelera o coração. A fantasia faz sonhar.
Sou rainha, sou estrela. Hoje eu sou única.
É rápido, a eternidade passa em minutos.
Agora acabou a minha vez, tenho que assistir
como quem vê de longe. Querer mais?
Depois, se houver outro carnaval.

Sesse e Queresse

Sêsse e Querêsse são primas.
Moram na vila do vintém.
Se Sêsse querêsse viver bem,
Sêsse apenas seria.
Se Querêsse fosse sêsse,
não viveria querendo
uma história que não sêsse e não vivesse.
Queresse e Sesse trocaram de papéis:
se as duas queressem não seriam.
Se as duas sessem, viveriam.

escola "do" samba

As cinzas do dia de hoje, tornam-se cores nas fantasias que eternizam a avenida.
Não, o samba não pode morrer na ilusão.
Mas a realidade chega, temos que enterrá-lo. Se faz necessário
O Ano começa, as coisas acontecem;
Não consigo fazer do hoje as cinzas que deveria.
É preciso, não dá pra continuar assim.
A compulsão pela vida e a alegria dão lugar ao cansaço, à exaustão.
Desisto, a esperança deu lugar ao não.
Sim, pulei, brinquei intensamente com todas as alegorias
Fiz da festa momesca uma catarse
Fui toda, fui intensa, beirei à compulsão
Me acabei, chorei, brinquei, sambei.
Acabou, sim acabou.
Quem sabe no próximo minha escola seja a campeã!
Outros carnavais virão, serei a rainha da percussão.

sonho

Sonho.
A noite passa em turbilhão em minha mente.
você está presente mais que ausente na imensidão que não acaba.
Não sei o que fazer. Corro de ti, corro por ti.
Não, digo não. Você insiste em perceber o meu eu.
Fujo pra bem longe e você me vê. Quanta vulnerabilidade, quantas histórias.
Amanhã nao sei o que dizer, o que fazer.
Não me acho, não me escuto.
Ouço vozes que não me pertencem, mas teimam em dizer.
Faço rezas, ladainhas, medito em vão.
Voce chora, posso ouvir. Não age, sonha e imagina.
O tempo passa, há de haver uma solução.
Que seja o esquecimento
uma lembrança vaga da saudade.

2/12/2007

sêsse

Ai se eu sêsse um passarinho
e vivesse ali na árvore,
Num ninho
Talvez me queresse

Ai se eu sêsse um livro
aberto na página 103,
talvez eu te tivesse
com sede de chegar ao fim
num êxtase de mim

Ai se eu sêsse uma viola
estaria em tuas mãos
acariciada pela melodia
duma relação de propriedade
da tua existência

Ai se eu sêsse apenas eu
quereria-te ao meu lado
dormindo contente
no meu colo só.

Hoje

"Participar ativamente da história da minha vida é o que me possibilita fazer escolhas"

1/29/2007

Participando o presente

O particípio do passado já nao faz parte do presente mais que perfeito.
Entre verbos e pronomes, vou acrescentando
uma pitada de sal nas pautas dos cadernos por onde escrevo.
Nada de pronomes possessivos, apenas as preposições eu, tu, eles
deselegantemente jogadas nas folhas de papel, como a vida nos ensinou.
Os advérbios de tempo deixo pra ti, não lido bem com eles.
Adjetivos e predicativos guardo nos plurais da minha vida, onde canto, danço e deito.
Qual é o sentido da sentença?
Deixar-te quieto para que possa interpretar o texto tal qual ele é:
Hermético, porque a vida quis assim!
Com linhas em branco porque o futuro a nós pertence.

Trem de Ferro

Vai trem de ferro levar minha alegria aos quatro cantos.
Pela estrada perfeita corro em busca de já sei o quê.
Vamos por ai correndo e cantando
a alegria de ser o que se pode ser

Vai trem de ferro levar minhas angústias pra terra do nunca
Lá ela há de encontrar o funeral que lhe caiba
com pompas e circunstâncias
Para que queira ficar na terra do nuncamais-volta-pra-cá

Vai trem de ferro levar meu coração
àquele moço que me espera em algum canto
Vem trem de ferro, traz ele pra mim.

1/06/2007

Frescor

Nas entrelinhas da vida, vou levando o frescor da juventude a alimentar o tempo que passa. Entre linhas, curvas e estradas, vamos brincando com as vivências, trazendo humor, saude, saudades para o dia-a-dia tão maçante e por vezes exaustivos.

Sacode

E o tempo passa, os anos correm e continuamos aí, levando a vida sem saber ao certo porquê. Que tal parar pra refletir qual é seu lugar no mundo e onde ele te levará? Isso torna a vida mais justa e aproveitável. Vamos nos unir e fazer uma grande gestalt. Levantar bandeiras de quereres e torná-los possíveis. Deixe de lado a pasmaceira e resignação de que a vida é assim mesmo e vamos construir o que quisermos dela!

Vou te dar um sacode! Levanta e tira essa poeira dos ombros, ela não te pertence. Seu passado tá ai na sua cara e o que você está fazendo dele? n-a-d-a. Finja que é um livro! leia e releia, veja o que foi feito e as histórias que ele conta. O que foi feito da sua vida valeram pra escrever a parte dois com sucesso editorial? Ou você dirá: ...a saga continua!?

Não quero lhe dizer dos amores que tive ou fazer-te crer que sei como se faz uma história, mas
digo que histórias só se fazem fazendo mesmo! Então, levante a bunda da cadeira e comece a escrever um destino pra você.
 
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